domingo, 30 de dezembro de 2007

"The Incredible Journey"



Há quem diga que parece que foi ontem. A mim parece-me um passado longínquo, parece-me algo que aconteceu há muito tempo atrás, uma história que li num livro e que sei de cor. É uma história que conto "over and over again", com a leveza de quem conta uma história que não é sua, porque é tão surreal hoje quanto foi então, que tudo tenha realmente acontecido. É uma história cujo final reinvento, tirando novas conclusões de cada vez que o faço, como se lesse um mesmo livro em diferentes fases da vida e encontrasse algo novo a cada nova leitura.

Lembra-me aquela história dos dois cães e do gato que andavam à procura do caminho de volta para casa, só que no fim, quando o cão mais velho cai no buraco, os companheiros não o conseguem salvar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

"How to save a life"


Entro e fecho a porta.

Silêncio.

Nunca tivemos este silêncio. Nunca te vi tão cansado.

Porquê?

Finalmente falas, pausadamente, coisas que não compreendo.

O tempo pára, por uma eternidade.

Pânico.

Sei o que estás a dizer e não quero ouvir.

Rejeição.

Calma. A tua. Constante.

Pânico. O meu. Crescente.

A viagem termina.

Ainda incrédula, despeço-me de ti.

Como se nada fosse, volto à realidade, para um dia me arrepender.

"...and I would have stayed up with you all night, had I known how to save a life."

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Desculpa



Gostava mesmo de ti. Gosto mesmo de ti. Se calhar tens razão, se calhar fugi. Não foi consciente, não foi de propósito. Senti-me sufocada, cansada, esgotada e tive de sair, para respirar, para viver, para experimentar e saborear uma existência sem ti. Mas a verdade é que não há existência sem ti, não para mim. Não me foi, não me é possível existir sem saber de ti, mesmo que não estejas mesmo aqui, há uma parte de ti que é minha e há uma parte de mim que será sempre tua.

Queria ter sido melhor, queria ter feito mais, mas não fui, não fiz, não fui capaz. Tu mereces mais e melhor, e eu também. Há coisas que são porque sim, não há mais nada que as explique, e foi porque sim que tudo aconteceu, foi porque sim que, um dia, eu fui para a esquerda e tu para a direita.

Desculpa. Desculpa tudo o que não fui, tudo o que não fiz, tudo o que não tentei.