terça-feira, 7 de agosto de 2007

O nosso mundo



Sim, sonhamos demasiado alto. Vemos e acreditamos em coisas que apenas existem no nosso mundo. Estamos vivos para sonhar, como podemos evitá-lo? E será que devíamos evitar sonhar? Sei que por fantasiar tudo acabo magoada com a realidade, mas não me arrependo de sonhar, faz parte de mim, é quem eu sou.

" Just when she closed her eyes, she saw the world and she fantasised, it was part of her and it was beautiful. "

Tu arrependes-te?

Há algo mais bonito do que o nosso próprio mundo, algo mais real, algo mais nosso? Tudo se desvanece, tudo pode ser-nos tirado, excepto os nossos sonhos, as nossas fantasias, aquele lugar que existe apenas no nosso íntimo e que mais ninguém conhece.

Se pudesse, beijava-te no coração, dava-te um pouco do meu mundo e voávamos os dois...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Ilusão


Se te sonhar, não és real. Mas como posso parar de te sonhar, se te sonho desde que me lembro? Ou será que ainda não te conheci, e o sonhado está ainda por entrar pela janela, sem eu me aperceber, enquanto olho para a porta, à espera que se volte a abrir? Mas como vou saber, se é sempre um sonho?

Tenho a sensação de que, até hoje, nada foi real, foi sempre, sempre e apenas um sonho. Há dias em que acordo num lugar diferente, em que o coração mudou de morada. É nesses dias que se destroem os sonhos, que abro os olhos e vejo tudo tal como é, pequenas amostras de realidade que corrompem tudo o que até então era verdade. E não consigo voltar atrás. Os momentos de doce ilusão caem-me das mãos e desfazem-se em pedaços no chão, como um copo de cristal da loiça que está na familia há anos, irreparável e insubstituível. É então que fujo e entro de novo no limbo, onde fico sentada a olhar para a porta, talvez agora com um olho na porta e outro na janela, não vá o príncipe encantado entrar por lá...

(Fotografia em Vila Nova de Milfontes, de novo, por mim)