segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Pequena



Sinto-me pequena. Pequena ao ponto de não ter controlo sobre o meu futuro, sobre o meu presente. Pequena porque não sei onde estou, o que faço, porque o faço. É só porque tem de ser? Serei (seremos todos?) apenas uma "mindless puppet" participante no grande esquema das coisas?

Sinto-me pequena, impotente. Não tenho qualquer tipo de controlo sobre nada. Não sei o que me está a acontecer e sinto que, ainda que soubesse, não conseguiria fazer nada quanto a isso. Quero parar, mas não consigo, não consigo obrigar-me a pensar, a decidir.

Sinto-me pequena, impotente, sozinha. Grito por ajuda, como se tivesse sido enterrada viva, grito, empurro, contorço-me, até o oxigénio se consumir no meu esforço e eu sufocar. Ninguém ouve, ninguém vê, ninguém consegue estender a mão para me tirar daqui.

Nunca fui tão pequena quanto sou hoje, enquanto espectadora da minha própria vida, sentada no meio da plateia, sozinha.

domingo, 25 de novembro de 2007

To the moon and back




Há dias em que nem vale a pena sair da cama. Quanto mais depressa queremos fazer as coisas, mais nos atrasamos; quanto melhor as queremos fazer, menos o conseguimos. Discussões, contratempos, erros... E há mesmo dias em que não valia a pena ter saído da cama para enfrentar tudo isso.

Mas... há dias que são preenchidos por algo mais, dias completos, dias cheios de ti. E nesses dias vale a pena sair da cama, vale a pena enfrentar as discussões, os contratempos, as consequências dos meus erros, as pessoas que não me querem bem. Vale a pena, porque no fim do dia estás tu, e é em ti que posso refugiar-me e descansar. É em ti que me perco e me reencontro. É por ti que me deixo levar, to the moon and back.

sábado, 10 de novembro de 2007

Castelos de areia


Quando é que se deixa de acreditar?

E como é possível deixar de o fazer?

Mesmo quando os factos apontam para tudo o que me assusta, não consigo desistir, não consigo deixar de acreditar naquilo que me tem permitido respirar, não consigo deixar tudo e fugir, quando sempre pensei que, mais tarde ou mais cedo, o faria, como sempre faço com tudo o que me aterroriza.

Desta vez quis ficar, sem saber porquê, mas quis. Quis pegar no monte de areia molhada que ficou depois da rebentação e construir outro castelo, longe do alcance da maré cheia, com torres mais altas, muralhas mais resistentes e alicerces mais seguros. Não, não sei porque fico. Sei apenas que fico sabendo que me vais fazer chorar outra vez, que vou ter de reconstruir o castelo vezes e vezes sem conta e que, um dia, muito provavelmente e, por certo, inevitavelmente, vou fugir. E tu não me vais procurar.