terça-feira, 24 de junho de 2008

Aprendendo


Às vezes, antes de adormecer, ainda fecho os olhos e imagino que estás aqui. Por momentos, pequenos e preciosos momentos, é como se estivesses mesmo e encho-me de calor, um calor que vem de dentro, do meu centro, do meu coração, não fosse o coração apenas um órgão, do lugar onde te guardo, seja ele onde for.

Aprendi com o tempo (e é tanto o tempo que já passou...) a não estar zangada contigo, a aceitar quem foste e tudo o que fizeste. Ainda há dias em que me zango contigo por não estares presente, mas lembro-me do lugar onde te guardei, dentro do meu ser, e penso que não poderias estar mais perto. Aprendi que não foi culpa tua o que me aconteceu. Foi culpa minha, é culpa minha, ter-me esquecido de quem sou, mas não ser capaz de esquecer quem tu querias que eu fosse, ou quem sabias que eu era.

Ainda tenho muito para aprender e, do lugar onde te guardei, dentro do meu ser, vais acompanhar-me em cada lição e vais ser sempre o meu professor preferido, a seguir ao avô, claro.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Reflexões



Costumava saber muitas coisas. Aliás, costumava pensar que sabia muitas coisas. Agora sei que não sei rigorosamente nada. Saber uma coisa já não é nada mau, pois não?

Ontem disseram-me uma coisa que me fez rir instantaneamente, mas pensar muito depois: "És tão instável que prevês as tuas próprias instabilidades". E sou. Quanto ao prever as minhas instabilidades, faço os possíveis, mas sou bastante instável e, inconscientemente, crio defesas em relação a isso. O que é verdade hoje pode ser mentira amanhã. Vivo de emoção forte em emoção forte, salto da dor profunda para a pura euforia, sem meio termo, não há meio termo. Apercebo-me disto e de como é disfuncional e destrutivo, mas não sei se sou capaz de mudar. Vens de mão dada comigo na mesma?