sábado, 6 de fevereiro de 2010

Há dias em que acordo e o mundo não está cinzento, o sol bate-me na face e aquece-me, espreguiço-me e quero levantar-me, quero sair da cama para ver o que está lá fora, aproveitar cada raio de sol, cada cor, cada cheiro, cada som. Nestes dias apercebo-me que nos outros dias, a maior parte dos dias para ser sincera, ando tão absorvida nos problemas, nas tristezas e nas desventuras que me esqueço da bênção que é apenas estar viva. Esquecendo-me disto não desfruto de cada batimento cardíaco, de cada golfada de ar fresco, de cada pequeno pormenor que torna cada dia único, irrepetível.
Apesar de saber isto, sei também que vou voltar a acordar num dia cinzento, em que a pouca claridade que entra pela janela me vai fazer esconder debaixo do edredon e não vou querer sair da cama, não vou querer sair e ver tudo o que há de feio no mundo, de triste, de cruel.
Porque é que não consigo ter um meio termo entre os dois?