sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Recordar é viver

Às vezes ainda me ocorrem coisas idiotas que disseste numa ocasião qualquer e não consigo deixar de sorrir.
Tu sentado à mesa de poker, de fato, chapéu de lado (assim à gangster) e charuto na mão. E eu sentada no teu colo, com o meu vestido branco às bolinhas pretas, a lançar olhares aos outros jogadores e a segredar-te coisas ao ouvido que te faziam rir. Tudo isto uma táctica para distrair toda a gente e sairmos do casino com uma batelada de dinheiro.
Pode não ter sido bem assim que o disseste, mas foi esta a imagem que guardei. Como é possível não sorrir a estes pensamentos?
Disseste-me uma vez que recordar é viver (ainda tenho isso escrito para aqui em qualquer lado...). Fico feliz por ser capaz de te recordar com ternura, em vez de rancor, por te desejar bem, por não lamentar que o meu caminho se tenha cruzado com o teu.
Disse muitas vezes a mim própria e aos outros que já não te amo. Estava zangada, não é verdade. Sabes que para mim quando se ama, ama-se para sempre, mesmo quando as pessoas deixam de fazer parte da nossa vida, mesmo quando já não as queremos por perto. Amo-te e amar-te-ei sempre, e ainda bem, significa que a tua passagem não me mudou, não me destruiu. Continuo a ser quem sou e quem eu sou recordar-te-á sempre com ternura e terá sempre a porta aberta para quando precisares.