terça-feira, 13 de abril de 2010

Na realidade...

Não é um sonho, é bem real. Eu e tu, nós os dois, sempre foi real. Talvez seja por isso que me assuta tanto ter-te por perto, que me consome de pânico a ideia de ser contigo. Vivi demasiado tempo fora da realidade, em sonhos do que poderia ser, em ilusões onde tudo era perfeito. Na realidade a perfeição não existe, não somos perfeitos tu e eu e é assim que é suposto ser... E eu sei que é assim e sei que nunca tive nada tão real como tu e eu, como nós. É a realidade em si que me assusta, onde os actos têm consequências, onde as quedas magoam mesmo. Nos sonhos é mais fácil, porque não passam disso mesmo... E embora me deixe triste quando um sonho não se realiza, quando é a realidade que se desmorona, quando uma verdade universal se torna mentira é como se o mundo acabasse. É isso que custa, é disso que tenho medo, porque triste já eu sou e sabes isso melhor do que ninguém. Apesar de dizeres que não me percebes e de eu te acusar que não me conheces, a verdade é que me deves conhecer melhor do que ninguém, cada gargalhada e cada lágrima minha, cada tom de voz, cada centímetro do meu corpo, cada recanto escuro da minha alma. Vivemos tanto juntos que é impossível não conheceres.
Eu sei que é cliché, e sabes o quanto odeio clichés, mas o problema sou eu. Sou um problema gigante, ambulante, sempre fui, sempre serei. Tu não mudas... E eu também não. Nem é justo querer que alguém mude por nós. Mas amo-te e vou amar-te sempre, como não amo mais ninguém.