Não sei onde estou. Tão depressa vôo lá em cima, como caio cá em baixo, em queda livre até ao chão. Caio, levanto-me sem saber como tenho força para me levantar, olho à volta e não sei onde estou. Volto a levantar vôo e quando chego lá acima, onde tudo é possível, onde consigo ver tudo e tudo é maravilhoso, volto a cair, sem pára-quedas, sem nada nem ninguém cá em baixo para me amparar.
Por mais que me rodeie de gente estou sozinha, por mais pessoas que me queiram agarrar quando caio, continuo a cair sozinha. No final de contas, estamos sozinhos. Os familiares, os amigos e os amantes não estão lá para nos amparar a queda, mas sim para nos ajudar a levantar. Ninguém nos pode impedir de errar e quando se erra é preciso sofer as consequências. Os erros e o que lhes sucede são coisas individuais, por isso estamos sozinhos. O que é preciso é saber ser sozinho, construir um pára-quedas e não esperar ter uma rede lá em baixo quando acaba o sonho, quando acaba o mundo por momentos. E é preciso saber construir um mundo novo depois da queda e não voltar a cair no mesmo sítio.
Talvez nada disto faça sentido... Devaneios!