sábado, 10 de maio de 2008

Tempo


O tempo é uma coisa estranha. Cada dia tem vinte e quatro horas, cada hora tem sessenta minutos, e cada minuto tem sessenta segundos. Logicamente, o tempo nunca se altera, não espera por ninguém e nunca para, não se perde, porque é dono de si próprio, não pertence a ninguém, não se compra nem se vende. O tempo passa, caprichoso, tornando segundos em longos minutos, minutos em fastidiosas horas, horas em agoniantes dias, levando momentos preciosos em meros segundos.

O tempo teima em não passar a partir do momento em que te vais embora, demoram-se os segundos, atrasam-se os minutos, prolongam-se as horas. E goza comigo, instala-se o caos, perco toda a noção lógica de tempo e espero... espero... espero. É o que me resta, esperar. Esperar que o tempo corra até ao instante de voltares, de te ver, de te ter, aqui, ali, em qualquer lugar, não me importa muito. Seja onde for que estivermos os dois, esse lugar é a minha casa e era aí que queria possuir o tempo, torná-lo nosso, fazê-lo parar nesses momentos transcendentes em que somos os dois um só.