domingo, 13 de dezembro de 2009


Não estou apaixonada por ti, nunca achei que estivesse. Amo-te, sim... Acho que já to disse, espero tê-lo dito, para que não tenhas dúvidas disso, para que o sintas em cada fibra do teu ser quando eu for embora. Sim, eu sei que sempre disse que ias ser tu a partir, mas agora sei que estava enganada. Amo-te, amo-te mesmo, como se ama alguém do próprio sangue, como se ama alguém que se conheceu toda a vida, mas por mais que compare e tente nomear isto, não há comparação possível, não há nome que defina o que és para mim.
Eu sei, eu sei que te implorei para nunca ires embora, sei que sempre disse que não queria separar-me de ti e sei que lutaste muito para ficar, mas... não sei se eu consigo ficar. Cheguei à conclusão que não há definição para isto que sinto e que não existe um lugar no mundo material, no mundo real para nós. Por isso penso em ir embora e levar-te comigo para onde for, numa viagem de mão dada contigo, perder-me naqueles momentos que só tu e eu compreendemos, como noutro tempo que agora não passa de um sonho.
Já te disse que te amo?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Outra vida

Outro dia fui mexer num caderno antigo e dei com estes textos que escrevi noutro tempo, noutra vida. Agora já não têm significado, tiveram um dia, para outra pessoa, para alguém que fui e tive de deixar de ser. Mesmo assim, continuam a ser bonitos e hão-de ter algum significado para alguém, espero eu. Por isso, ficam aqui os dois de que mais gosto, de entre os pedaços de memórias que encontrei.
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Lembro-me do teu ar de criança reguila quando disseste aquilo, como quem pede aos pais algo que não sabe se deve pedir. Senti-me tão frustrada! Mas só me conseguia rir, rir e gostar de ti um pouco mais. E sempre foi assim, desde o início. Cativou-me o teu sorriso e o teu olhar de menino, a tua voz meiga, todas as parvoíces que me fizeram rir em passeios perdidos em tardes quentes e em telefonemas depois da meia noite. Não sei explicar porquê, mas há algo em ti que me cativa, que me prende, que me faz ficar, mesmo quando penso em ir embora. Pertenço-te desde que me deixaste ver a superfície do teu ser. Pertencer-te-ei até chegar a altura de te deixar partir, porque as maravilhas do mundo não são de ninguém.
13/10/2008

Não temos menos um do outro do que tínhamos antes. Não temos é mais, e eu acho que mereço mais. Quero dizer-te isto, mas sempre que estás aqui só consigo pensar em ter-te. É quando vais embora que tudo volta, as dúvidas, as inseguranças, as coisas que as pessoas me dizem, que todas as pessoas me dizem, e que eu sinto. Mas tu chegas e é tão bom... Chegas e fico embriagada pela tua presença. Quero dizer-te, quero que saibas o quanto isto me dói, mas o teu riso de cascata a cair no rio, os teus olhos, estrelas azuis, fazem-me esquecer a dor e eu não digo nada, amor, não consigo dizer nada. Só te quero ter aqui, volta para mim, tira-me a dor.
24/10/2008