terça-feira, 13 de abril de 2010

Na realidade...

Não é um sonho, é bem real. Eu e tu, nós os dois, sempre foi real. Talvez seja por isso que me assuta tanto ter-te por perto, que me consome de pânico a ideia de ser contigo. Vivi demasiado tempo fora da realidade, em sonhos do que poderia ser, em ilusões onde tudo era perfeito. Na realidade a perfeição não existe, não somos perfeitos tu e eu e é assim que é suposto ser... E eu sei que é assim e sei que nunca tive nada tão real como tu e eu, como nós. É a realidade em si que me assusta, onde os actos têm consequências, onde as quedas magoam mesmo. Nos sonhos é mais fácil, porque não passam disso mesmo... E embora me deixe triste quando um sonho não se realiza, quando é a realidade que se desmorona, quando uma verdade universal se torna mentira é como se o mundo acabasse. É isso que custa, é disso que tenho medo, porque triste já eu sou e sabes isso melhor do que ninguém. Apesar de dizeres que não me percebes e de eu te acusar que não me conheces, a verdade é que me deves conhecer melhor do que ninguém, cada gargalhada e cada lágrima minha, cada tom de voz, cada centímetro do meu corpo, cada recanto escuro da minha alma. Vivemos tanto juntos que é impossível não conheceres.
Eu sei que é cliché, e sabes o quanto odeio clichés, mas o problema sou eu. Sou um problema gigante, ambulante, sempre fui, sempre serei. Tu não mudas... E eu também não. Nem é justo querer que alguém mude por nós. Mas amo-te e vou amar-te sempre, como não amo mais ninguém.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Não sei onde estou. Tão depressa vôo lá em cima, como caio cá em baixo, em queda livre até ao chão. Caio, levanto-me sem saber como tenho força para me levantar, olho à volta e não sei onde estou. Volto a levantar vôo e quando chego lá acima, onde tudo é possível, onde consigo ver tudo e tudo é maravilhoso, volto a cair, sem pára-quedas, sem nada nem ninguém cá em baixo para me amparar.
Por mais que me rodeie de gente estou sozinha, por mais pessoas que me queiram agarrar quando caio, continuo a cair sozinha. No final de contas, estamos sozinhos. Os familiares, os amigos e os amantes não estão lá para nos amparar a queda, mas sim para nos ajudar a levantar. Ninguém nos pode impedir de errar e quando se erra é preciso sofer as consequências. Os erros e o que lhes sucede são coisas individuais, por isso estamos sozinhos. O que é preciso é saber ser sozinho, construir um pára-quedas e não esperar ter uma rede lá em baixo quando acaba o sonho, quando acaba o mundo por momentos. E é preciso saber construir um mundo novo depois da queda e não voltar a cair no mesmo sítio.
Talvez nada disto faça sentido... Devaneios!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Tu estás vivo. E já devia ter chegado a esta conclusão há muito tempo.
No outro dia passei no Cais do Sodré, ao pé de um sítio onde trabalhaste. Lembro-me sempre de ti quando passo por ali, mas desta vez foi diferente, desta vez vi-te. Vi-te gordo e com cabelo castanho, como eras antes do que eu me lembro, como eras nas fotografias antigas. Vi-te a entrar apressado para o trabalho. Estavas ali. Estás aqui, comigo, sempre, de todas as formas que te consigo ver. Vives em mim e em todos os que ainda te amam. Vais viver sempre comigo, vais viver enquanto eu for viva.
Sinto-me tonta por não ter percebido antes.

Thanks, Yoda =)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Adeus, não afastes os teus olhos dos meus

Nada é eterno. Por mais que o queiramos, por mais que venhamos a acreditar num mundo cor-de-rosa em que isso acontece, é inútil iludirmo-nos. Nada é eterno.
Mais tarde ou mais cedo, de alguma forma, as pessoas saem da nossa vida ou nós saímos da vida delas, por questões geográficas, por questões de tempo ou porque simplesmente se deixam de ter coisas em comum, porque nada permanece imutável, as pessoas mudam, nós mudamos, a Terra gira e o tempo passa. Há que aproveitar o tempo que temos com quem amamos, porque hoje pode bem ser o último dia.
Acho que aproveitei o tempo que tive contigo. Tenha ou não aproveitado já não importa muito, porque esse tempo acabou. Não compreendo porquê, mas sei, sinto que acabou e não vou lutar mais contra isso. Não vou pôr as culpas em ti, não vou correr atrás de ti, não vou querer prender-te a mim. Não. Acabou. E tenho apenas de aceitar isso. Vou ficar aqui sentada na estação a ver-te ir embora, a correres para apanhar o teu comboio para a felicidade e vou esforçar-me para não chorar. Vou ficar feliz por ti e vou deixar-te ir; dizem por aí que é isso que se faz quando se ama alguém.