domingo, 13 de abril de 2008

Não me dês a mão


Sinto que acordei de um sonho. Vivia numa história que acaba "happilly ever after", mas despertei, deparei-me com uma realidade onde não existe "happilly ever after", onde a verdade é outra, uma verdade muito feia. Tenho este problema, o de não saber distinguir o que é real do que não é, a verdade da mentira, o certo do errado. Não serão conceitos demasiado abstractos? Não sei, mas as coisas que não sei davam para escrever enciclopédias.

O que sei é que até muito recentemente não tinha qualquer dúvida de que te queria ver, de que te queria dar a mão, e hoje não te quero ver, não quero cair na tentação de te dar a mão, de perder o meu olhar no azul do teu e deixar-me levar por outro sonho.

Não me dês a mão. Quero saber o que é real, e o calor da tua mão já não mo diz.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ser diferente



Com 12 anos tinha a altura do meu pai e vestia a roupa da minha mãe. E era normal, era a coisa mais normal do mundo para mim. Talvez pela inocência de ser criança, o facto de todas as meninas da minha idade serem mais pequenas que eu era normal. Mas agora percebo porquê, percebo que era diferente e que isso me marcou para sempre. Não o facto de ser diferente, mas sim terem visto que eu era diferente quando eu não o via. Ainda assim, acho que ser diferente é normal. O que não é normal é ser igual, sermos clones uns dos outros.

Agora, não quero que ninguém repare em mim, fico contente por ser apenas mais uma pessoa na sala, invisível. Mas quero sempre ser diferente.

(fotografia @ Sintra - Quinta da Regaleira)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Mau dia



As ondas vêm lamber a areia devagar e quase que sinto o sal arranhar-me as feridas. O céu, de tão escuro, ameaça cair sobre a minha cabeça. A areia está molhada e não corre por entre os meus dedos. Está vento e frio e não tenho onde me abrigar. Hoje até a praia se virou contra mim.

Onde estás?

Vem, vem tu lamber as minhas feridas. Vem esconder-me dentro de ti para que não me caia o céu na cabeça, para me proteger do vento e do frio. Vem dizer-me que é mentira, que está tudo bem. Vem amar-me por uma eternidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

In my skin


There I go again, pretending to be someone I'm not. I shouldn't have to be nothing else but ME, but I can't stop! It's just never enough...

Fuck it. Here's the truth:

I'm not a happy person.

I cry, a lot.

I bite my nails and I don't want to stop.

I hate myself, I always have, and I don't expect you to understand.

I do whatever I want.

When you think you've figured it out, love, I'm way ahead.

I'm addicted to romance.

I'm a perverted bitch.

I'll get into you like noone ever did.

That's it, that's who I am. The saddest little girl you've ever met.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Nascer outra vez


Está frio. Chove, ainda. Porquê?

Por esta altura, era suposto ter parado de chover, era suposto ter um céu azul por cima da cabeça e ter o calor do Sol a preencher cada partícula do meu ser. Era suposto estar em paz.

Terei feito tudo ao contrário? Terei feito, para variar, as escolhas erradas? Se assim foi, de que me adianta pensar nisso? O mal já está feito. Resta-me esperar que toda esta chuva me lave a alma, que faça de mim o que eu quero ser, em vez daquilo que sou, e que, então, coberta de orvalho e envolvida no cheiro do amanhecer, renascida de esperança, possa tentar de novo, fazer tudo outra vez e acertar, de uma vez por todas.